quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pó da terra, entre burrices e ideologias

Pó da terra, complexidade da biologia
O ser que nasce para governar, ou melhor, dominar
Massas cinzentas, a colisão elétrica do pensamento
Elaborando o desenvolvimento destruidor
Que parcimoniosamente corre contra o tempo,
Numa letargia esotérica do salvar o quê?
A ambição nutre almas dos animais racionais
Que sem razão perdem a alma e seu valor
Constituindo o império da estupidez
Usando sua inteligência diferenciadora,
Na “burra” construção de um mundo para poucos.
Pó da terra, corrupção da história
Mascaram a realidade em falsa propaganda
Para ludibriar os inocentes, tolos sonhadores
Que teimosamente buscam luz em meio às trevas.
Caminham na sua cegueira tropeçando em mortos
O relativismo antropológico conspira para balança desigual
Na decisão infernal de não ser, o que é pra ser
Porque é melhor ter, pois não ter é ruim
Na cultura da boa vida egoísta e indiferente
Usando sua inteligência diferenciadora,
Na “burra” construção de um mundo para poucos.
Pó da terra, celebração da economia
O desperdício que acelera o desenvolvimento
Fechando os olhos para a fome, destruição lenta
Pondo fim na história de um continente
Que lamenta sua falta de força, mas esperneia.
Os poderosos diabólicos, sanguessugas de riquezas
Continuam servindo de parasitas financeiros
Comem de tudo até a sânie dos miseráveis,
Alimentando-se da pobreza alheia, desunião
Usando sua inteligência diferenciadora,
Na “burra” construção de um mundo para poucos.
Pó da terra, esperança dos humanos
A feiúra de sua humanidade, nem sempre feia
Daqueles poucos que guardam algum valor
Procuram fazer, nadando contra a maré de tudo
Perseguidos pela boa vontade de ver, e de querer
Ajudar os quase-perdidos por ser também assim
Um necessitado de dar a mão e ser solidário.
Porque crer está no horizonte do duvidar,
Se duvidar é a base da verticalização do crer.
Usando sua inteligência diferenciadora,
Na ideológica construção de um mundo melhor.
Pó da terra, o desvendar da religião
A santa heresia de tentar pregar, o abraço dos povos
A tolerância dos racionais animais, homo-alguma-coisa.
O banir das guerras, pelo voto direto e coletivo da paz.
Jamais cair na tentação da corrupção fraudulenta da boa-fé
Mas lutar pela prática do direito, a muito esclerosada na justiça
Sair da enganação instituída do engessamento religioso,
Ajudar pelo santo ofício do gostar, por mais imbecil que seja
A revolução do não fazer por obrigação.
Usando sua inteligência diferenciadora,
Na ideológica construção de um mundo melhor.
Pó da terra, a cristianização do evangelho
O descobrir do Cristo salvador, Senhor e restaurador
Refazedor da humanidade desumana, sol que alumia
Santos que imitam Deus para ser gente e não Deus
Pois Deus imitou o homem para conceder sua graça
Os perdidos e marginalizados tem no exemplo do marginalizado
A divina oportunidade de ser gente, dignidade
Visto que, a revolução cósmica da cruz gera reconciliação
O perdão como realidade para o desesperado. Assim é o cristão.
Usando sua inteligência diferenciadora,
Na ideológica construção de um mundo melhor.

Dei Gratia, Nino Vieira.