terça-feira, 14 de agosto de 2012

A vida e a beleza


Na varanda que fica atrás de casa tenho o prazer de ver uma vista radiante todos os fins de tarde: o pôr do sol esplêndido no horizonte deste sertão cearense. Fico a contemplar a majestade deste evento e a pensar nas muitas belezas existentes. A beleza da criação, das pessoas, das artes (da música até a poesia), dos pensamentos, da revelação, etc.
Quero ver o belo para não me sobrecarregar com o enfadonho, com o escandaloso, com o cruel. A vida revela beldades que inspiram. A vista em cima dos montes e sua quase onipresença na percepção do horizonte. A dança das ondas mostrando que os mares se rendem a alegria do baile. O caminho dos pássaros rasgando os ventos em tiros perfeitos, brincando com a gravidade, celebrando apenas a existência e nos convidando a cantar.
Deveríamos ver esses detalhes. Ver a inocência das crianças que exalam respeito e tolerância, abraços e brincadeiras, crescimento e aprendizado. Precisamos voltar à arte de conquistar corações: corações amigos, enamorados, apaixonados, sinceros. A vida pela sua riqueza sugere que alcancemos informações, visualizações, percepções. Isso é um convite ao conteúdo existencial. O conteúdo do saber, do viver. Por isso as belas canções marcam, as poesias bem orquestradas pelas letras e palavras mostram que o jogo dos versos emociona, os relacionamentos sempre nos chamam ao compromisso humano do amar-perdoar-amar, as construções dos projetos diversos na pedagogia do ensino da vida, tudo isso na complexidade do belo.
É necessário viajar, nas culturas, nas cidades, e nos pensamentos. É necessário falar de amor, na prática e no exercício do convívio cotidiano. É necessário transcender para emanar o humano e ver o divino, tão bonito e maravilhoso. É necessário viver a vida com estilo e com beleza.
Dei Gratia.
Nino Vieira